“Ainda não há espaço no mundo acadêmico para falar sobre maternidade como política pública necessária”, afirmou a professora Ana Carolina Coelho, do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Goiás (UFG), na última sexta-feira (05/02), durante o Ciclo de Debates Adufg. A live abordou os desafios das mães trabalhadoras ao longo da pandemia do coronavírus (Covid-19).
Na ocasião, a docente explicou que existem questões que dificultam a luta por igualdade, respeito e oportunidades. “Há uma discrepância muito grande sobre a maternidade, seja pela ideia de que é uma escolha unicamente da mulher ou pela ideia de sacralização da maternidade”, ressaltou.
Ana Carolina também destacou que a pandemia deixou evidente o formato de maternidades plurais. “O que quero dizer com isso é que ‘maternar’ requer cuidados de várias pessoas e não só das mães. É preciso discutir políticas públicas de redes de apoio, acesso à permanência e emprego para as mães”, defendeu.
De acordo com a professora, para mudar o cenário, é preciso uma mudança estrutural na sociedade com base na divisão de tarefas e na educação. “Eu me agarro ao ensino como algo fundamental e insisto no ensino básico porque é nos primeiros anos de vida que as crianças aprendem rapidamente o que podem ou não fazer”.
Para a diretora de Assuntos Educacionais de Carreira e do Magistério Superior do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás, professora Geovana Reis, existe uma pressão social na mãe: “A maternidade se constitui em uma espécie uma centrífuga de emoções e de tarefas. Além do amor, ‘maternar’ requer cuidado, paciência e muita dedicação. Apesar de tudo isso, é importante que a gente olhe como a sociedade coloque sobre nós mulheres a responsabilidade nessas relações”.
Fonte: Ascom ADUFG-Sindicato